sábado, dezembro 20, 2008

Feliz natal




Papai Noel entrou pela porta dos fundos
(no Brasil as chaminés não são praticáveis),
entrou cauteloso que nem marido depois da farra.
Tateando na escuridão torceu o comutador
e a eletricidade bateu nas coisas resignadas,
coisas que continuavam coisas no mistério do Natal.
Papai Noel explorou a cozinha com olhos espertos,
achou um queijo e comeu.

Depois tirou do bolso um cigarro que não quis acender.
Teve medo talvez de pegar fogo nas barbas postiças
(no Brasil os Papai-Noéis são todos de cara raspada)
e avançou pelo corredor branco de luar.
Aquele quarto é o das crianças
Papai entrou compenetrado.

Os meninos dormiam sonhando outros natais muito mais lindos
mas os sapatos deles estavam cheinhos de brinquedos
soldados mulheres elefantes navios
e um presidente de república de celulóide.

Papai Noel agachou-se e recolheu aquilo tudo
no interminável lenço vermelho de alcobaça.
Fez a trouxa e deu o nó, mas apertou tanto
que lá dentro mulheres elefantes soldados presidente brigavam por causa do aperto.

Os pequenos continuavam dormindo.
Longe um galo comunicou o nascimento de Cristo.
Papai Noel voltou de manso para a cozinha,
apagou a luz, saiu pela porta dos fundos.

Na horta, o luar de Natal abençoava os legumes.

Carlos Drumond de Andrade


Estou de férias e viajando para alhures onde provavelmente não poderei me conectar. Então fica aqui meus melhores desejos de um Feliz Natal, mesmo adiantado.

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quarta-feira, dezembro 10, 2008

Direitos humanos

Hoje está rolando uma blogagem coletiva, promovida pelo meu amigo de além-mar Sam Cyrous do blog Fênix ad Eternum, a respeito dos Direitos Humanos. Maiores informações AQUI. Participe ou faça uma visita.

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terça-feira, dezembro 09, 2008

Remorso


Foram as certezas,
em dúvidas desfeitas,
pelo sopro de vento,
úmido, salgado,
tal lágrimas vertidas.

Sim, esmolo esperanças,
forçadas, vãs,
alimento da alma ferida,
levado à boca,
em louco afã.

Busco a redenção, o perdão, o castigo,
vejo-me morto,
em seus braços.

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segunda-feira, dezembro 08, 2008

Perverso

O inferno não queima em labaredas purificadoras. Nem nos congela os movimentos. O inferno são fragmentos. A perversa reversão de atos, antes passados. Vejo o garoto, que com seu bodoque acerta o bem-te-vi. Ou aquele outro, queimando formigas. Vejo mas não penso nisso. Coisas de criança. Mas, naquele momento fugídio, um pouco de areia é colocada na justa balança. Contra nós. Se nada fizermos, ou fazemos, somente um contra-tempo pode pendular o contra-peso.

Mas ninguém me disse ainda. O santo expiado em vida ganha o quê?

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quinta-feira, dezembro 04, 2008

Apelo


Maldita, largue-me!
deixe o lodo me recobrir,
sufocar,
creia, é a saída, ainda honrosa.

Estou, sim, cego,
cego ficarei,
só.

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Parabéns

Registro aqui meus parabéns ao blog "A Vida Secreta" que hoje completa um ano. Muita informação sobre o lado B da vida.

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sexta-feira, novembro 28, 2008

Divulgando

A Taís Morais está lançando seu novo livro em Brasília: "Sem Vestígios - revelações de um agente secreto da ditadura militar brasileira ", um lançamento da Geração Editorial.

Maiores informações AQUI.

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quarta-feira, novembro 26, 2008

Ajuda humanitária

Somente aqueles que caminham no vale da morte sabem o valor que uma gota de água fresca e um naco de comida podem ter.



Ajudem seus irmãos catarinenses, mesmo que vocês não os conheçam. Estou fazendo a minha parte. Faça a sua. Procure a defesa civil de sua cidade e pergunte como ajudar. Não esqueçam que nem todas as cidades possuem um esquema de encaminhamento de donativos. Se criarem um local de arrecadação, organizem a separação das peças doadas por tipo e tamanho. Esse é o grande gargalo que qualquer esforço deste tipo encontra. Acondicionem em caixas de papelão, mais fáceis de empilhar. Se conseguirem bastante donativos mas não tiverem como transportar, não sintam-se intimidados, procurem uma transportadora e peçam para que ajudem a levar até onde exista um centro melhor estruturado. Se o dono da transportadora se negar envie um singelo e-mail para o jornal local enaltecendo o descaso do empresário e publiquem no seu blog. Ou então deposite sua contribuição humanitária nas contas abertas no BESC (conta corrente 80.000-0, agência 068-0) e Banco do Brasil (agência 3582-3, conta corrente 80.000-7).

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sexta-feira, novembro 14, 2008

Plágio II

O elo mais fraco aprisiona a mais poderosa corrente em sua mediocridade.


Queria eu poder dizer mais. Minha limitação e cegueira torna tudo mais difícil. Vivencio certas mudanças mundanas. O que me faz lembrar que sou um eterno devedor. Não só com aqueles que me visitam, mas com os injustiçados. Dois casos me exasperaram. O primeiro envolvendo plágio puro e simples. Não consigo compreender como alguém, de livre e espontÂnea vontade, ousa em copiar o trabalho de alguém sem dar os devidos créditos. O outro caso é ainda mais bizarro. A acusação leviana contra uma pessoa que em nenhum momento se furtou a dar os devidos créditos ao que copiou.

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quinta-feira, novembro 06, 2008

A arte se encontra na Bienal de São Paulo

Mais uma Bienal de São Paulo. Um líbelo a arte contemporânea "muderna". Como bastião inexpugnável de trabalhos vanguardistas e "pra frentex", este evento se tornou o símbolo do simbolismo abstrato simbolicamente representado por simbolistas de todas as etnias, cores, preferências sexuais, tendências, matizes, texturas e outros adjetivos. Nunca fui muito ligado em arte. Sempre achei que arte era o que Rodin, Monet, Picasso e Miró produziam. Como sou um analfa cultural nunca entendi bem o que queriam dizer os artistas que apresentavam, por exemplo, uma parede de uns 8 metros de comprimento completamente branca com uma coisa branca no meio ou uma fonte jorrando chocolate ou, ainda, um monte de caixa de fitas k7 coladas.

Nesta edição vi, na telinha por que não sou besta de gastar meu suado salário nisso, um tobogã. Sim, um tobogã, e duplo. O sujeito sobe uma escadinha e desce deitado em alguma coisa hype. É "obra" de um artista sueco, que ao invés de apresentar uma filmografia pornô ou dildos estilosos, preferiu fazer o público pensar, "Mas que merda é essa de um tobogã no meio da bienal?"

Já que qualquer coisa é arte então aqui vai minha obra. Este objeto representa a ousadia e ênfase que eu, enquanto artista, enfatizo o processo de exteriorização do interior mundano, do ser humano, enquanto capitalista apostólico romano. Notem que os 4 pés representam o alicerce no qual toda a cultura ocidental se apoia, isto é, dinheiro, poder, mulheres fáceis e bebida à vontade. O círculo oblongo, no meio, é a caracterização da busca perpétua pelo caminho da luz tântrica hindu. A cor branca representa a pureza ainda não corrompida. E a etiqueta é a marca do fabricante.

Em tempo: O original foi publicado AQUI.

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terça-feira, novembro 04, 2008

Alerta importante

Plagiadores do meu Brasil, vão para a puta que os pariu.

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quarta-feira, outubro 22, 2008

Umbral


Encharcado, trôpego,
me amparo, escorado ao poste,
sua luz fria ri-se, da poça,
de vômito, o barro original.

Traga-me, a bile, qual areia,
movediça,
irritadiça queimação,
é o fatal soco, gástrico suco,
caio, enfim, trapo.

Na boca sórdida, o esgar,
dos olhos o escárnio,
nenhuma piedade,
das rameiras que sustentei.

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quarta-feira, outubro 08, 2008

Mudança

Retirou o último quadro, um sorriso triste rasgou-lhe a face. Veio o suspiro, em seu intervalo breve retirou, também, o último prego. Sem aviso, desmoronou a casa.

Certas ausências aqui são, e sempre serão, sentidas. Sei que patino sem inspiração, nos campos que a vida apresenta. Entendo aqueles que não entendem, mas arrisco-me no direito inalienável de não me violentar.

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quinta-feira, outubro 02, 2008

Divulgando

A minha grande amiga Elaine Paiva está com uma promoção em seu blog. Visitem-na e concorram a um livro. Maiores informações AQUI.d

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segunda-feira, setembro 22, 2008

Naufrágio


Tombou rijo,
preso ao leme,
sua única morada.

Furioso e furibundo,
impotente,
diante da fúria imponente,
das águas, que o soçobraram.


Inspirado em poema de Vieira Calado.

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Encontro marcado

Esperara por anos aquele dia. Contara as horas e minutos. Imaginara como seria o encontro. Cada passo, cada gesto, cada palavra. Com esmero se preparou. No momento certo ouviu um silvo, agudo, ensurrecedor. O contato áspero da foice em seu pescoço não foi surpresa. Surpresa era a face da morte. Não a imaginara tão bonita.

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Estação

O cálido raiar do sol a aqueceu em seu leito desalinhado, as marcas do combate ainda vivas. O ar frio, repleto de pólen, encheu suas narinas. Um violento espirro a lembrou. Era primavera.

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segunda-feira, setembro 15, 2008

Branco


Eis o papel,
que a tudo aceita,
em sua espera inerte,
por letras imortais.

Quedo-me, tal tolo,
o olhar em branco,
vazia a fantasia.

Meu grito, impotente,
a pena pendente,
sem os traços firmes,
minha salvação.

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Blogagem Coletiva - Justiça para Flavia


Blogagem Colectiva para Flávia em 9/Set/2008


Como todos sabem tenho uma opinião toda especial em relação a memes e selos canhestros. Mas gosto muito de blogagens coletivas. A Odele, mãe de Flavia, que relata a vida de sua filha que está em coma (AQUI), convocou uma mobilização para hoje, dia 15/09. O caso está para ser julgado em Brasília. Considerando que nossos juízes são legais e liberam a maioria dos envolvidos com falcatruas e maracutaias, bem que nesse caso eles podiam ser justos e condenar os censurado que colocaram a menina em coma.

Participem.

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segunda-feira, setembro 08, 2008

Mar

No início era uma pequena e simples gota, perdida naquele oceano. Um pequeno abalo deu-lhe uma direção, deu-lhe força.

A tornou um tsunami.

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terça-feira, setembro 02, 2008

Traição


São intensos os olhares,
esgazeados, assustados, temerosos,
apenas o súbito espanto, o não acreditar,
é o que forja a fogo na lembrança,
quando a faca retorcida, retorce as entranhas.

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quinta-feira, agosto 28, 2008

Foice

Levantara a gola do pesado casaco, mesmo assim não evitou que o frio cortante o degolasse.


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Divulgo aqui o lançamento do livro da Cris Passinato, que deixa um pouco de lado a sua produção científica e passeia pelo mundo das letras. Maiores informações sobre o livro e de como adquirí-lo, cliquem AQUI e AQUI. Ou então pelo email crispassinato3@gmail.com.

Sucesso querida.

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quarta-feira, agosto 27, 2008

Aviso relevante

Pessoal, estou impossibilitado de responder pontualmente a seus comentários e agradecer tantas visitas maneiras. Mas estou acompanhando sim e, na medida do possível, vou visitando, comentando e respondendo aos seus comentários feitos aqui.

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segunda-feira, agosto 25, 2008

Palavra

O poder da poesia não está na ponta dos dedos mas na face afiada da língua.

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domingo, agosto 24, 2008


folha derrama
gota translúcida, só
breve adeus.

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terça-feira, agosto 19, 2008

Mais um livro na praça


Enquanto minha inspiração não volta deixo aqui a sugestão. O escritor Marcos Pontes, do excelente blog Esculacho e Simpatia, lançou seu segundo livro. Tive a oportunidade de ler o primeiro que é ótimo.

Maiores informações AQUI.

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domingo, agosto 03, 2008

A saga

Novo episódio, AQUI.

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sábado, agosto 02, 2008

Partida

O agudo silvo do apito anunciou a partida. Na plataforma os últimos enfermos são amparados em seu embarque. Estranhamente não há despedidas. Apenas alguns sãos, com suaves sorrisos. Não há choros, lágrimas ou risos. Não há atrasados em louca disparada. O choque e a dor, companheiras das súbitas partidas, estão lá, impávidas, inclementes. O lento iniciar da viagem é ainda desconexo. Não desperta aqueles que dormem. Fecham-se as portas. Encerra-se uma estada, breve, mas jamais passageira.

Uma multidão encaminha-se, inexorável, à estação. Sem aflições, apenas incertezas. Ouço o sino dobrar, marcante, definitivo. Por todos nós.

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sexta-feira, agosto 01, 2008


Naufragado, no mais profundo abismo,
no deserto vil, desterrado,
alimentado por pútridas cascas, áridas gotas,
a tua lembrança é salva-vidas
é tua alma que me sustenta.

Espero, sempre, as mensagens nas garrafas.

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terça-feira, julho 29, 2008


Sobre ti escrevo,
desenho letras, exponho angústias
serve-me de apoio, traça rumos, nortes.

Retidão é sua sina, não se desvia,
silenciosa desce os degraus,
no branco, ainda virgem.

És minha mestra, capataz,
a linha traçada, curta, no papel.

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quinta-feira, julho 24, 2008

Vala


Terra nua, fria,
recebe meu abraço,
o áspero toque do meu rosto,
torne cálido o repouso,
consuma minhas carnes, minhas entranhas,
roa-as,
deixe apenas ossos.

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quarta-feira, julho 23, 2008

(In)certeza


Brumas tão espessas,
debato-me insano, cego, morto,
ocasos, nasceres, chamas bloqueadas.

A cortina descerra-se, um átimo,
luz que aquece-me, bendita,
ressurreição.

Almas, corações, mentes, mãos,
únicos.

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terça-feira, julho 22, 2008

Mordaça


Em amordaçado silêncio,
recoberto pelas gotas ácidas da chuva,
derramadas do pranto profundo das nuvens negras.

Agonia e êxtase são companheiros,
de armas em riste,
lutaremos,
atolados no campo profano,
pelo cruento vento açoitados.

Dilaceram-nos os corações,
resta-nos apenas a dor,
das feridas incuráveis.

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segunda-feira, julho 21, 2008

Afiada


Vento gélido,
cortava minhas dores,
em finas fatias.


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Em tempo: Mais um episódio da saga dos mais famosos irmãos siameses da humanidade. Leiam AQUI.

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quarta-feira, julho 16, 2008

Sombras


Duro é o contato do metal
do leito que me acolhe,
na sarjeta em que me deito,
é fétido o poço que traga,
o regurgitar ácido, sanguinolento,
das estomacais pústulas supuradas.

São risadas que ouço,
o escárnio das putas, antes damas virtuosas,
é agora fel enjoativo, a antes saborosa bebida,
ferinas harpias me despedaçam.


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Mais de 3 horas, sem parar, para fazer algo que eu já devia ter tido vergonha na cara e ter feito há muito tempo: Atualizar os links dos meus blogs. Agora as listas do "Jus Indignatus", do "A Cor da Letra" e do "Memórias Póstumas de um Puto Prestimoso" estão em dia. Nem todos estão aqui, pois alguns adicionei ao reader há pouco tempo e costumo acompanhar antes de incluir oficialmente. De qualquer forma me avisem se não ver seu link.

Os links do "Juarez, o Cabrito Montês", do "Em Verdade Vos Digo" e do "A Casseta do Cabral" não costumo mesmo atualizar, se quiserem incluir seus links lá, me escrevam.

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terça-feira, julho 15, 2008

A saga

Leiam AQUI o segundo episódio da saga dos irmãos siameses, a verdadeira históriade famosos blogueiros conhecidos.

Em tempo: Continuo ferrado no trabalho, sem tempo de visitar e comentar, mas como podem ver para escrever bobagem tenho tempo de sobra.

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segunda-feira, julho 07, 2008

Não há princesas a salvar nos castelos de areia.

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sábado, julho 05, 2008

Fio da navalha

Praticara arduamente, dia e noite. Estava preparado. Os frios olhos, agora assassinos, fixavam sua vítima. Ao sacar da faca não haveria mais volta. Pronto, feito. O sushi fora mais fácil que pensara.

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quarta-feira, julho 02, 2008

Notícias

Causa-me certo espanto a fuga da inspiração. Procuro-a, angustiado, em cada recanto de minhas memórias, na brisa marinha, nos restos carcomidos dos portos, nem sempre seguros. Tateio, então.


Em tempo: Hoje comecei a saga dos irmãos siameses Rayol, Tita Coelho, daviD, Mônika, Alcinéa e Hank (este último sem autorização ehehehe). Leiam o primeiro capítulo de Ascaris AQUI.

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domingo, junho 29, 2008

Marinheiros


A nau corre com o vento,
mares tempestuosos, faina extenuante,
somos aventureiros insensatos,
Caronte é o capitão.

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sexta-feira, junho 27, 2008

Aviso relevante

Eu não morri, nem estou moribundo. Como os blogs não pagam minhas contas e entrei na fase do ano de muito trabalho estou realmente sem tempo para visitar e comentar tudo que leio no reader. Peço que entendam esse combalido blogueiro.




Comemoração após um treino com o mestre. Ele não me finalizou, o que já é uma grande vitória. :-)

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quarta-feira, junho 25, 2008

Isca


Atento espectador do abismo profundo,
hipnótico vórtice ilusório,
almiscarada armadilha, tentador engano,
desço ou jogo-me?

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terça-feira, junho 24, 2008

Covarde

Sonhava todas as noites com a liberdade. Ao acordar, exclamava em pensamentos:
-"Maldita, ainda vive".

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sábado, junho 21, 2008

Procissão


Indeciso, assisto a marcha,
as milhares almas penadas,
em silente arrasto, grilhões gementes,
rostos retorcidos,
esgares insanos, agônicas bocas,
mortas.

Decidido, entrego-lhes o único copo,
da doce água que tenho.


Por condições atmosféricas de temperatura e pressão fiquei fora do ar. Volto aos poucos e peço a compreensão.

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terça-feira, junho 17, 2008

Expiatório

O relógio na parede tiquetaqueia,
agarro-me ao arco,
do pêndulo rítmico,
não sou eu a flecha certeira
que na pedra se parte,
esfacelando meus punhos,
nas pontas das facas,
os punhais afiados.

Insisto na sobrevivência
do melhor, do capaz, do mal.

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domingo, junho 15, 2008

Fuga


Fujo das arraigadas convicções,
das tramas sem sentido,
do asco que provoco,
carne e ossos, apodrecidos

Fétido odor, meu corpo exala,
perfume para os abutres,
banquete de vermes.

Em chagas, meus pés vertem o sangue,
de minha vergonha.

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sexta-feira, junho 13, 2008

Profanos



Entorno longos tragos,
da redentora cachaça
ajoelho-me, em louvor,
ao sacro copo
a dose bem-vinda

Trôpego, caminho
em meio a multidão
bastardos, são todos
desprezam-me, evitam-me.

Um bafo fétido, exalo,
em fúria silenciosa
penso nas putas, as deles
as patricinhas safadas
demônios, santarronas
ocultas em asas de anjos.

Penso nas minhas putas,
estas sim, mulheres de verdade
amam meu infortúnio, minhas dívidas
meu sofrimento.

Somos iguais, eu e elas,
anjos, em pele de demônios.


Originalmente publicado no blog Pseudo-Poemas.

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quinta-feira, junho 12, 2008

Os livros do mago esotérico Heitor Caolho

Finalmente no prelo. Leiam AQUI a sinopse dos 12 livros do maior mago esotérico oportunista da atualidade, campeões de vendagem e ainda inéditos.

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segunda-feira, junho 09, 2008

Terror

Nasci dos abismos infernais. Vim à terra com a missão odiosa de te fazer sofrer. Irei enganá-la, iludi-la, com minhas mágicas palavras de carinho. Ardiloso irei te levar pelo paraíso, até encontrar a cruz em que te pregarei.

Meu esforço não terá sido em vão, se uma lágrima de seus olhos eu verter.


No negror da noite,
tomo do carvão cru, risco o chão,
escrevo, célere, às musas,
inocentes mulheres,
todas aquelas que enganei.

A alma, sempre torturada,
por lembranças,
ferida de morte, sangra.

As malditas lágrimas teimam,
queimam pendentes, flácidas,
da face massacrada.

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Non-sense

Todos que me lêm sabem que sou meio doido e não perco oportunidade para escrever. Leiam AQUI o epílogo da maior saga interplanetária do universo, "National Kid e as ninfas anais".

E, em breve, a saga dos irmãos siameses.

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quinta-feira, junho 05, 2008

Ao destino


Arvorou-se senhor, o odioso tempo
O meu coração doei-lhe, insensato,
Cortei-o aos pedaços, frígido pulso,
Tristes nacos sanguinolentos, inertes.

O passado finou, ao largo do porto,
Ao mar bravio atirei-me, resoluto,
Fujo, desesperado do seu açoite,
Em velho casco, frágil casca, caixão.

Eu, remador, não temo a dura faina,
Inverno se aproxima, inclemente,
Sinto-lhe o bafo gélido, úmido,
Liberdade que chega, doce afago.

A passo, entrego-me abertamente,
rumo ao destino sórdido, sozinho.


Tentativa meio doida de escrever bonito. Chamado de soneto inglês tem em Shakespeare seu principal representante. É composto de três quartetos e um dístico. No soneto, existe uma estrutura lógica com uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão, constituída pelo último terceto; esta última tomou o nome de "chave-de-ouro", porque se constitui como decodificadora do significado global do poema. No caso do soneto inglês o dístico é a chave. (fonte Wikipedia)

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quarta-feira, junho 04, 2008

Caminho


E assim, solitário, vejo-me em meio aos rastros, dos milhares que me anteciparam. O porto ficou para trás e, no carcomido cais, deixei meus fardos, agora carrego poucas lembranças: um amor perdido, a derradeira dúvida, uma equivocada decisão.

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segunda-feira, junho 02, 2008

Tantrismo

Conheçam mais desta arte milenar clicando AQUI.

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sábado, maio 31, 2008

Desafio

O Tozé Ribeiro, do blog Ministério da Soltura, me passou um desafio interessante. Me enviou 3 imagens para que eu escolhesse uma e escrevesse a respeito. Aqui está.


É noite, a ante-sala me sufoca. O cheiro nauseante das úmidas paredes mofadas, me engulham. Sou tomado de calafrios. Frio. Preciso de ar. Preciso da cálida luz da lua. Aberta a porta, titubeio. Não sou livre, não sou senhor de mim. Um títere disforme de um ser humano. Obrigo-me ao primeiro passo. A cidade opressiva, senhora cruel dos destinos, me espera. Libertar-me-ei dos grilhões enferrujados, enfim.

Tragam-me outros.

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Quem se interessar em enfrentar esse desafio entre em contato com o Tozé, pelo link acima.

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quarta-feira, maio 28, 2008

A vida entremeada - Epílogo

Caminhava leve, sem notar os olhares que atraía. Mantinha o olhar altivo, sua marca registrada. Mulher que nunca se deixara vergar, sob o peso das responsabilidades. Pensava apenas em chegar logo em casa, na comida a fazer, roupa a lavar, ligar para seu amigo escritor. Coisas simples, assim como sua vida simples. A longa viagem de ônibus, desde o árduo trabalho, não tirara o viço de seu rosto. Nem o molejo de seus quadris. Sabia-se desejada, nunca lhe subira à cabeça, entretanto, essa cobiça latina. Mantinha-se casta, mulher de um homem só. Apenas leal e fiel. Parou um instante, observando sua morada. Dezenas de pessoas amontoadas. Mas não reclamava, mesmo quando percebia os olhares de inveja e ouvia os ecos das fofocas e maledicências das megeras e beatas. Suspirou. Sem resignação, porém. Saudada mudamente, deu os passos finais. No abrir da porta ouviu seu nome. A voz mais que conhecida. Ao virar-se percebeu a arma na sua mão. O olhar louco. Desesperada não reagiu. Quedou-se ali, atônita. O disparo acertou-lhe em cheio a têmpora. Gritos e sons de passos. Fraquejaram suas pernas, em agonia.

Por que ele fora ali se matar?

A vida entremeada foi um projeto que me propus a realizar incentivado pela Letícia Coelho e a Lunna Guedes.

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Kama Sutra Esotérico

Hoje tem parte II. Conheçam as principais posições do Kama Sutra esotérico Oportunista, clicando AQUI.

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terça-feira, maio 27, 2008

Além

Uma boa noite lhe desejo, meu caro, ou um bom dia tardio. Sabei-me um embriagado esse que vos escreve. O céu amanheceu cinzento, como o pesado coração que carrego. A fronte retumba como címbalos. Sei lá eu que maldita bebi. Vestido em ricos andrajos, lembro vagamente do cambaleante andejar. Tracei meu rumo pelas estrelas, assim não me perderia entre os becos imundos. Parece-me que hoje já não sou aquele que era. Perdi as estribeiras, o siso, a questão irrespondível. Mas logo, o bafejo da maresia, naquela última esquina na praia de tão alegres lembranças, trouxe-me alento, meu amigo. Aspirei o ar salgado e, agora lúcido, pude vislumbrar a penúria de minha situação. Decidido vou-me, mas sem antes dizer-lhe que o convívio consigo foi um privilégio.

Não haverá mais o singelo florir de Ipês. Nem jamais irão chilrear os sabiás.

Parto, mas volverei.

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segunda-feira, maio 26, 2008

Vazio


Ecos, na casa agora vazia,
pela janela, o inverno chega,
julgam-se as árvores moribundas,
derramam-se em folhas, amarrotadas.

Abriu a derradeira porta,
deixou-se consumir pelos ruídos do passado,
o triste canto do cisne,
o seu próprio réquiem.

Em seu último passo,
a lembrança dela o atingiu,
morreu assim,
com um sorriso e uma lágrima.

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sexta-feira, maio 23, 2008

Velório


Como gato vadio,
do alto do muro assobio,
uma marcha fúnebre.

Meretrizes, cafetões e malandros,
o ferétro, cortejo honroso,
do ébrio poeta.

São sombras estas, que passam,
cheirando a cachaça,
vômito e fumaça.

Presto o último gesto,
ergo o cálice e disparo, certeiro,
a cusparada grossa.

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quarta-feira, maio 21, 2008

Ato

Já disse antes, nas tardes frias do outono, que ainda nada sei sobre o amor. Sei apenas o que sinto. As batidas arrítmicas que ora falham, ora teimam em pulsar distantes, no livre olhar, de tua sombra delineada. O rasgar da alma, no ouvir etéreo de sua voz, mas o amor mesmo não conheço, não lhe fui apresentado.

Sinto-me um trapezista, triste artista, que no ar se lança, sem rede.

O inverno da minha vida se aproxima.

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segunda-feira, maio 19, 2008

Reflexivo


Pairava por ali o velho, no sombrio entardecer,
aboletava-se no promontório,
o duro resguardo, a torre da vigia.

Cheirava o vento, a tempestuosa aragem,
estava ele só, com seu cachimbo velho,
tão antigo como o vinco das rugas,
cicatrizes do tempo, da incessante faina,

Os sinais emergem, das brumas, da fumaça,
no seu pito, acalmava suas lembranças,
naquele entristecido entardecer sombrio.

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Figuração

Superlativo, pleonástico, se valia das prosopopéias e mantinha aquele ar misterioso, calado. Abria a boca apenas para onomatopéias, algumas subliminares interjeições adverbiais. Transitava, despreocupado, pela hipálage. Criava hipérboles paradoxais. Era um mestre da antífrase. Afinal, era metonímico, alegoricamente antonomásico. Abraçou, no fim da vida, a causa sinestésica. Angustiava o coração com catacreses. Morreu de metalepse fulminante, sem nenhuma antítese. Por ironia, sua lápide foi sua obra-prima, a suprema perífrase.

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Congratulações


Hoje brindo ao aniversário da grande madrasta, a única, a incomparável, a psicopática, a mazela das princesas do reino, sim ela mesma a Evil Queen do blog Devaneios e Desabafos, entre outros. Parabéns minha amiga e parceirona, mesmo que ausente e envolvida com suas poções mágicas, que possamos todos comemorar muitos anos ainda.

Como presente te enviarei um email com mais de 3.550 memes e 232.452 selos canhestros ehehehehehe.

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domingo, maio 18, 2008

Amanhecer

Era alvorada. Cuidadoso, abriu a porta. Silencioso, observou cada objeto da sala. Conformado, tomou do revólver. Desapaixonado, descarregou a arma no maldito galo.

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sábado, maio 17, 2008

Patíbulo

O processo foi extenuante. Condenada, caminhou lentamente ao longo do corredor. Perguntada quais suas últimas palavras, respondeu: Aceito!


Inspirado nesse mini-conto AQUI.

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sexta-feira, maio 16, 2008

Metamorfa

Claustrofóbica, forçou a parede. Quis, a natureza, que assim fosse a triste sina da borboleta.

Originalmente publicado no Twitter. Tenho tentado escrever lá pequenos textos como esse.

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terça-feira, maio 13, 2008

Juarez e as formigas

Tem post novo lá no Juarez, o Cabrito Montês. Prestigiem.

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segunda-feira, maio 12, 2008

Réquiem II


Retiro-me, aliviado, desse mundo austero,
Embriagado, a esbórnia era meu bordão,
Queria eu levá-las para o além, também,
Unidas em meu louvor,
Irrequietas amantes, platéia gentil,
Empinadas ancas dadivosas,
Mulheres-dama, as putas.

As trovas que cantei,
Empoleirado em mesas sórdidas,
Trouxeram-me alegrias e tristezas,
Esquinas imundas e fétidas,
Receberam, ávidas, meu regurgitar,
Noviço que era,
Artista imberbe,
Mamulengo dos bordéis.

Desgraças me perseguiram
Odres esvaziados pelo gargalo
Nuvens etílicas, a espuma do mar,
Amargor da ressaca, do desesperado amar.

Eis me aqui, listo,
Insaciado, saudoso, vil
Sigo a luz, o barril.

A expressão requiem aeternam dona eis, significa 'dai-lhes o repouso eterno'.

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Procurava, desesperada, por companhia. No beco escuro entrou, onde sentiu o lascivo roçar nas pernas. Arrogante, acendeu um cigarro. Eram apenas ratos.

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domingo, maio 11, 2008

Busco

Caminho pelo vale das sombras,
castigado pelo sol oculto, nas nuvens,
árido é o chão. Estéril a terra, nua.

Quis eu que assim fosse.
abracei a causa da penúria.
os poços, secos, refletem minha amargura,
o (in)conformismo com o fim.

Nascido do ventre virgem, a fórceps.
Onde está você, mãe?

Minha homenagem a todas mães. Vivas ou não. Seja um leitor legal ou uma leitora camarada e dê um presente para sua mãe. Afinal, mãe só tem uma.

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sexta-feira, maio 09, 2008

Ante


Tateio meus quereres.
E, na janela, paisagens desfiam,
meus destinos, mutantes.

Forçada a distância,
na torre de vidro,
me faço arguto vigilante.

Ensaio, a passo, os passos,
arreio minhas quimeras,
torno a dança cortante.

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quinta-feira, maio 08, 2008

Disritmia

Ando meio espantado. As coisas vão acontecendo e você, de repente, se vê em meio ao caos. Uma introdução dramática essa. Mas vejo minhas letras e muitas dúvidas me assombram.

As minhas queridas amigas e guruas, a Saramar e a Rose, já tinham me dito isso, que a poesia é, antes de tudo, uma construção vocal. Você escreve, fala e reescreve. Da palavra falada para a escrita, vice e versa. As palavras ditas ditam o ritmo do texto. Interessante, nunca declamei nada que escrevi. Vi uma poeta declamando uma vez, algo fora do comum, de arrepiar.

Olho para o passado destas letras talhadas, não seria capaz de dizer se tem ritmo.

Um desafio.

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Tem texto novo no Memórias Póstumas. Clique AQUI e conheça a história de Z.


Não entendeu? Clique AQUI.

Aparentemente, no final das contas, o doente já tinha conseguido o remédio pelo SUSto. Para quem entende desse papo jurídico acesse AQUI. Peço desculpas pelo caso.

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sábado, maio 03, 2008

Esquife


Palmilho, teimoso, o mudo fim,
agônico, suo o suor frio da morte,
ante a forja faiscante, ao som da bigorna

O acerto duro, do golpe certeiro,
atroz açoite cadenciado,
marca-me o ocaso, impiedoso.

Já são secas as lágrimas, não há despedidas
apenas a pedra no espelho manso do lago,
que estilhaça o reflexo das mil faces atemporais.

Forjo, em aço, o ataúde,
a morada final da alma indestrutível,
minha síntese, o cerne,
quem eu realmente sou.


A quem quiser conhecer um pouco do meu passado convido para dar um pulo AQUI.

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sexta-feira, maio 02, 2008

Guerra


Orgulhoso, pintara-se,
firmes são os traços,
rubra a tinta,
rosto e torso.

Bateu-se em batalha,
coberto voltou,
de sangue e lágrimas,
morto.


Talvez ficasse melhor como mini-conto...

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quarta-feira, abril 30, 2008

Vela

Do timão tomou a frente, singrou mares inclementes, bordejou, arribou e, ao final, aportou. Exatamente de onde saíra.

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segunda-feira, abril 28, 2008

Abre Aspas - Uma blogagem coletiva


Hoje, uma caralhada de blogs publica sua postagem para a convocação da Lunna Guedes, o "Abre Aspas". Trata-se de uma homenagem aos poetas que conhecemos, famosos ou anônimos, e aos textos maravilhosos que produzem. Eu não poderia ficar de fora. Tinha que escolher um, ou uma, poeta. Não quis escrever sobre Cecília Meireles, Fernando Pessoa, Mário Quintana ou Pablo Neruda. Resolvi escolher uma pessoa de quem gosto muito e, que juntamente com a Rose Hauenstein, foi uma das pessoas que me estimulou a escrever e a criar esse espaço aqui.

Trata-se de minha amiga e gurua Saramar.

Biografia

Saramar Mendes nasceu analfabeta, no ano da graça do senhor de 1918. 13ª filha, entre 14, de um casal de pobres agricultores no interior de Goiás, sempre foi perseguida pelo estigma sinistro desse número. Mas, a despeito desta sina, desde pequena mostrou-se prendada nas artes. Aos 3 anos escreveu seu primeiro verso na parede de seu quarto, que rendeu um tremendo castigo que durou uma semana. Sem desanimar, continuou sua labuta diária em busca de seu objetivo. Cursou a Escola Normal das Carmelitas Descalças de Aloândia formando-se com honras como professora. Mas ela queria mais. Com a cara e a coragem mudou-se, aos 18 anos, para a cidade grande. Lá, trabalhava durante todo o dia, ensinando aos pequenos, enquanto à noite estudava Letras com ênfase em Literatura Brasileira. Aos 21 anos a sorte bafejou-a. Concorrendo com mais de 5.635 candidatos, conseguiu uma vaga no setor público, onde pode, com calma, se dedicar a sua missão, escrever poesias magistrais e levar suas letras a todos os povos da humanidade. Casou-se em seguida com um rico empresário da região. Seguindo a tradição familiar teve 14 filhos. Em seu último parto, normal, teve gêmeos que nasceram ao mesmo tempo, graças a um esforço hérculeo, portanto não teve um 13º filho, livrando-se então da suposta maldição que a acompanhava.

Entre o serviço público, as tarefas domésticas, a criação da prole e a atenção ao marido pouco tempo restava para se dedicar ao seu projeto de vida. Parecia que o mundo perderia uma poeta. Quando estava quase tudo perdido, Saramar teve uma excelente notícia. Em 2003 ganhou na mega-sena acumulada e assim pode contratar assistentes para ajudá-la com a casa, os filhos e o marido. Investiu também no mundo intrigante da internet. Abriu um blog onde começou a publicar seus textos. Instantaneamente tornou-se um sucesso de público e de crítica.

Hoje escreve em vários blogs e sites. Publicou vários livros e é referência mundial em poesia.

Concluindo. Eu seria injusto em indicar um único poema dela, já que gosto de tantos. Convido a todos que não a conhecem a visitar o seu blog principal, o Falares. Entrem AQUI.

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quinta-feira, abril 24, 2008

Gotas


Telha partida
Chuva embala sempre
O dormitar só



Não deixem de ler um novo capítulo da saga espacial, sucesso de público e de crítica, AQUI.

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quarta-feira, abril 23, 2008

Sem rumo


Ventos uivam, lobos-do-mar,
carrego o peso, morto,
de velhos marinheiros,
alquebrado.

Bato os costados,
do velho barco enferrujado,
nas rochas ponteagudas,
da costa do marfim.
Encalho enfim.

Inspirado nessas letrasDAQUI.

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segunda-feira, abril 21, 2008

Salvador


Contavam, num passado D'ali há não muito tempo, que um bigodudo louco pinta relógios como terapia presente. Colocava-os para secar e, num futuro póstumo, derreteriam-se.

(li AQUI e não resisti a tentação)

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domingo, abril 20, 2008

Bizarro mundo bizarro

Não sou de ver vídeos em blogs, mas visitando meu amigo Osc@r Luiz, deparei-me com esse post AQUI. Ri para caralho. Recomendo.

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Embriaguez


Não meço palavras,
palmilho a linha de cálices,
das amargas que bebi,
calculo o gozo em cada mulher,
de quem o amor comprei.

Na certeza da mesa,
prevejo o incerto,
névoa e náusea,
vomito lembranças,
que já esqueci.

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sexta-feira, abril 18, 2008

Outono


Em medidos passos,
de muda contemplação, suspiro,
pela altiva moça,
[que] aos olhos loucos do artista,
seus finos traços pincelados.

Ao largo, a procissão,
de incólumes penitentes.

Cruzo o caminho do andor,
reverencio-o contrito,
na mesma praça,
onde compro os favores
das santas.

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A blogosfera contra o analfabetismo - Uma blogagem coletiva


Hoje, uma caralhada de blogs irão opinar sobre o analfabetismo, uma convocação da Georgia do blog Saia Justa.

O que dizer sobre a luta contra o analfabetismo? Temos um presidente semi-analfabeto que se orgulha disso. Aí é foda esperar algo que preste do poder público. Temos escolas públicas preocupadas com índices de aprovação do que realmente formar cidadãos. Sobre a educação pública recomendo a leitura do excelente EducaFórum. Sobre a importância de saber ler leiam esse post AQUI.

É muito fácil abusar da falácia de indicadores quando formamos apenas (an)alfabetizados funcionais, aqueles que lêm mas não interpretam.

O que fazer? Exigir uma política que torne o ensino público em algo de qualidade é contar que nossos políticos, venais, fisiológicos e acostumados com o coronelismo dos currais eleitoreiros, tenham consciência. Impossível.

A única saída que vejo é a participação nos conselhos de educação locais. Mas é exigir muito do cidadão que, ao pagar impostos, acha que isso basta. As pessoas que podem fazer a diferença estão mais interessadas em protestar contra a guerra do Iraque ou contra o Bush. Protestos risíveis e inócuos.

Sugiro que no dia 8 de setembro, dia da Alfabetização, nos reunamos e façamos uma avaliação do que essa blogagem resultou.

Aproveito para divulgar uma iniciativa virtual. O Movimento Blog Voluntário, contra o analfabetismo virtual. Maiores informações AQUI.

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quarta-feira, abril 16, 2008

Tropeços

Andava cabisbaixo na praia. Pensava em um sentido para sua inútil vida. Tropeçou numa garrafa. "Procuro um amor". A intensidade da mensagem o assombrou. Era tudo o que mais desejava. Haviam ouvido seus apelos, finalmente. Saiu em disparada, sem ao menos se despedir. Vadeou rios. Escalou montanhas. Atravessou mares tempestuosos. Comeu as sobras dos ricos. Na pequena cidade encontrou a missivista, uma simpática velhinha cega e surda.

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domingo, abril 13, 2008

Dia do beijo



Quando nós compreendermos que o ser humano é o único animal criador de significados, único que abre uma cunha voraz na neutra natureza, compreenderemos, então, a essência do amor.

O amor é o desafio do animal que deve encontrar a vida, o desafio de criar um diálogo com a natureza a fim experimentar [ seu ] próprio ser.
Ernest Becker, adaptado livremente.

E você, já beijou hoje?

(porque beijar é bom demais)


(The kiss, by Rodin)

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segunda-feira, abril 07, 2008

Suicídio

Tropeço em letras, raízes expostas,
Onomatopéias febris, anacrônicas,
Surtos sedutores de dor e angústia,
Caminhos imorais, desencontrados
Outrora de retilínea santidade.

Pária, pairo no beiral,
Amparado em muletas,
Rústica salvação,
Amargo entardecer.

Conto passos, malgrado o passeio logrado
Avisto pássaros, os corvos, malditos,
Riem-se à espera do banquete,
Atraso o fim, um minuto, dúvidas,
Leio-me, afinal, no reflexo de minha sombra,
Homem-terminal,
Ocaso enfim.

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Teoria

Tinha um problema no qual pensava sem parar. Angustiado, deitou-se na banheira. Ao ver a água transbordar bradou: “Eureca”.

Sua mulher, esbaforida, vendo a bagunça grita: “Archimedes seu imprestável, vai pegar o pano!”.

E assim nasceu mais uma teoria.

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Meme - Dever de casa

Respondi esse meme lá no Memórias Póstumas de um Puto Prestimoso. Divirtam-se.

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sexta-feira, abril 04, 2008

Blogagens e memes

Divulgando duas blogagens que irão rolar este mês:


Maiores informações com a Meiroca



E esta com a Lunna


Estou ficando de coração mole.

Aqui vai minha resposta ao meme dos 5 mais 1 (não o do 5 contra 1) que me foi passado pelo Fernando do blog Crônica Net. Vamos lá...

Todos temos blogs porque gostamos de escrever. Mas como quem escreve tem que saber ler, apesar que alguns pularam essa parte, desfio aqui 5 livros que li e recomendo e 1 que li e detestei. Obviamente não se trata de algo da prática onanista solitária.

"A incrível saga do Endurance": Este livro aborda uma aventura no início do século XX. Durante uma expedição à Antártica um grupo fica isolado e depois de um esforço tremendo e da determinação do chefe da expedição conseguem ser resgatados, sem uma única morte.

"Mauá, o barão do império": Explica porque o Brasil é esta zona fisiológica e venal. Complementem com "1808".

"A história da riqueza do homem": Um livro que passeia com certa leveza sobre a história do capitalismo vindo desde a idade média.

"Mestre dos Mares": Já li 4 ou 5 livros do autor Patrick O'Brian sobre as aventuras de Jack Aubrey na era napolêonica, não confundir com Jack Bauer. Recomendo todos.

"Sítio do picapau amarelo": Esse dispensa comentários.

O que abomino, não li, não lerei e recomendo que joguem fora: Qualquer um do Paulo Coelho, o embusteiro-mor do esoterismo oportunista mundial.

Uma curiosidade: A idéia dos memes divulgar uma idéia e apresentar blogs que não são muito conhecidos apesar de gostarmos, uma forma de divulgar blogs interessantes. Vou seguir essa linha e repassar para 3:

Paula do blog Pensamentos, Devaneios e Fotos; Denise do blog Pre-sentimentos; e finalmente, Juliana do blog Quintal de Cores.

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terça-feira, abril 01, 2008

O que estará por trás da porta?


Beco moribundo, vórtice,
velho portal, de portas decadentes,
cada uma com seu umbral,
matiz, textura,
segredo.

Matéria sob matéria sobre matéria,
ante-sala de mistérios,
decifráveis, decompostos,
onde tateio, nas sombras,
as maçanetas.

Em meu temeroso titubeio,
recorro às crendices,
rezo, esperançoso, a cada passo,
a cada porta aberta.


Inspirado por este post AQUI.


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E tem um novo capítulo da saga intergalácica AQUI.

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segunda-feira, março 31, 2008

Não mendigo comiseração

Sou humano e mortal, como todos. Sofro as penas do destino. Mas não me lamento. Rasguei o coração e a alma. Não serei um peregrino que, ajoelhado, busca o perdão. Apesar que a auto-imolação fosse salvação eu o faria com prazer. As cicatrizes do açoite seriam um pequeno preço a pagar. Mas liberto-me, a cada dia, da minha ansiedade. Cada fio, da trama, será retirado, um a um. Tenham certeza, o sino não dobrará.

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Voltando aos poucos. Agradeço às manifestações de carinho, amizade e preocupação. Peço desculpas por não explicitar o que me atormenta.

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segunda-feira, março 24, 2008

Dia Mundial da Água que passarinho não bebe - Aviso importante

Bom dia Pessoal

Apesar do patrulhamento que sofri, e que talvez alguns de vocês tenham sofrido, a blogagem foi um sucesso absoluto de público e de crítica. Foram mais de 3.045 blogs ao redor do mundo inclusive blogs chineses, que deixaram de meter o pau no governo comunista e na sacanagem com os tibetanos para aderirem à causa. Mas a patrulha foi grande. Dizem que dois blogueiros cubanos foram executados por exaltarem as maravilhas da cachaça brasileira, traindo seus produtos nacionais, o rum e o pelotão de fuzilamento.

Infelizmente a blogagem coincidiu com a descoberta de um problema esta semana, e que me virou a cabeça de tal forma que não tenho condições de escrever, visitar, ler, comentar nada de ninguém. Até que eu me tranquilize.

Pedi à Tita do blog da Leticia Coelho, que muitos de vocês sabem ser uma excelente amiga e foi co-idealizadora da blogagem, para compilar um post de agradecimento e linkar todos os participantes. Peço a gentileza de passarem por lá e deixar o link de seus blogs para que ela possa ser justa com todos. Avisem a quem de direito.

até breve

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quinta-feira, março 20, 2008

Alerta

Por razões de ordem pessoal aviso que minhas letras vão ficar congeladas por algum tempo. É, perdi a inspiração, e antes que eu pire de vez vou esfriar a cabeça. Sugiro que assinem o feed deste blog para que não percam seu tempo vindo aqui e dando com a porta na cara.

Obrigado

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terça-feira, março 18, 2008

Dia Intergaláctico da Cachaça - Blogagem Coletiva

Não esqueçam, se a ONU ataca com o Dia Mundial da Água, o "A Cor da Letra", em parceria com o Jus Indignatus, ataca com o Dia Intergaláctico da Cachaça, a água que passarinho não bebe. Se o Brasil já está essa zona embriagado, imaginem em crise de abstinência. Participem. Dia 22/03 não deixem de, em uma só voz, proclamar as virtudes da "marvada".

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segunda-feira, março 17, 2008

Divulgando

Tem mais um episódio inédito da saga intergaláctica "National Kid e as ninfas de Urânus". Leiam AQUI.

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sábado, março 15, 2008

Esperas...

Hoje estou AQUI. Te espero lá.

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sexta-feira, março 14, 2008

Dia Nacional da Poesia

Hoje é dia de poetar. De deixar as letras fluirem, aos borbotões. Construir, do barro lúdico, obras de arte. No intrincado rimar achar o caminho, da liberdade expressiva. Sonetemos, então, metricamente, nossas paixões. De livre punho, façamos as letras livres.

Minha homenagem a todas as letras de todos os poetas no Dia Nacional da Poesia.

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quinta-feira, março 13, 2008

Números


Somos, matematicamente,
formados
por números irracionais tendendo,
no limite,
a racionalidade integral.

-X-

Múltiplos comuns, primos entre si,
elevados ao quadrado da hipotenusa,
dividem, minimamente,
o raio e a raiz,
quadrados que somos.

-X-

Nessa sequência lógica me perco,
subtraio sem multiplicar,
somo, sem dividir,
encontro,
no infinito paralelo das retas,
a duvidosa união dos conjuntos.


Inspirado no texto "Algarismo" do Cadinho Roco.

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Blog Boteco Floripa



Promessa é dívida. Nas fotos acima eu e o Fernando Pulga (e sua mulher Karla), do blog Cronica Net, no pior bar e restaurante de Florianópolis. O "de costas" é o Daniel Becher, do blog do Becher, e seu corte de cabelo psicodélico realizado pelo pessoal do Corto Cabelo e Pinto.

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terça-feira, março 11, 2008

Débora Bermudes

A apresentadora, que confesso me é uma completa desconhecida, posou como puta de luxo para a revista VIP. "As fotos estão lindas. Ficou sensual e de bom gosto. Não tem nada de vulgar", disse ela.



Fantasia é fantasia, mas, vendo as fotos acima, se conclui que se tem muito ainda que ralar para a mulher brasileira ser valorizada. Depois são confundidas com putas e acham um absurdo.

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Foda-se

Não preciso de favores, nem de misericórdia. Não esmolo visitas. Sim, sou cheio de nãos. Como também não me submeto a idéias herméticas. A virtualidade tacanha é tão grave como a ignorância real. Insuportáveis são aqueles que, na retidão cartesiana, enquadram os outros em sua pequenez. A pluralidade do sentir e do escrever é o motor dessa bagaça. E cada um sabe de si.

Não me encham o saco com coisas pequenas. Esperneiem se quiserem. O problema é todo seu.

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segunda-feira, março 10, 2008

Blog Boteco Floripa

Eu fui!!! Era para ser divertido. Uma raça de blogueiros muito gente fina. Mas o local, insalubre, prejudicou em muito o bom andamento dos trabalhos.

Algumas presenças confirmadas, pelo menos que eu conversei e marquei o nome, já que o organizador do evento ainda não fez nenhum relatório oficial:

* Renata Pinheiro (namorada do Becher)
* Corto Cabelo e Pinto (os quatro escritores)
* José Vitor (O próprio)
* Blog do Becher (Daniel Becher)
* Sim, Viral (Rafael Ziggyo Santos)
* CronicaNet (Fernando Pulga e sua esposa Karla)
* Teobaldo HP (Renan)
* HitechLive (Helton Kuhnen, o síndico)
* InfoNeural (Thiago Torquato)
* Verdade Absoluta (Melo e a sua estagiária Marcinha)
* Por Acaso (Max Pires)"

(Chupinhado do blog do Becher)

Além dos próximos eventos deve rolar algo como um BlogBeerFloripa e estou pensando em re-editar a caldeirada do Indignatus.

Como o idiota aqui esqueceu de levar a máquina vou aguardar a boa vontade alheia para depois postar as imagens.

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domingo, março 09, 2008

A vida entremeada - Padeiro


Sétimo Capítulo
__________________________


Mas que diabos dos infernos de relógio. Não despertou a desgraça. Tô atrasado. Culpa dessa infeliz, inútil. Vive reclamando. Acorda às 5 e ainda se faz de vítima. São quase 4 e meia, diacho. Tenho que correr. “Seo” Manuel não vai gostar se eu atrasar a fornada. Patrão desgraçado, mão-de-vaca. Tchau querida, até nunca. Bom dia. Mais um dia. Ih, tem encomenda. Festança grossa pelo visto. Lá se vai a pelada da tarde. Mas pelo menos passo no boteco. Bem na hora de passar aquela menina. Como eu queria amassar aquelas carnes. Coisa gostosa que deve ser. Só não entendo como ela fica de rabicho com aquele doido. Se ela soubesse do que ele conta lá no bar, lascou-se. Se bem que eu podia ficar com a sobra. Dava um pé na bunda daquela megera. Sonha, sonha. Tá quase na hora. Acabou. Graças a Deus. Vou lá tomar minha cachaça antes que a desgraçada chegue. "Bebe pra esquecer, 'Seo' merda". Eu cuspi na cruz pra merecer aquilo ali. Vai reclamar assim no quintos dos infernos. Só por que a irmã casou com aquele sujeito do mercado se acha no direito de encher meu saco. Ah, coisa boa essa “marvada”. Desce mais uma aí. O que ta fazendo ali no meio dessa chuva? Aquele cara é mesmo muito estranho. Olha a garota ali. Nem se falaram. Ela nem viu ele. Bem feito.

Porra que não é um tiro. Desce mais uma aí.

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Alerta mundial

Minha ausência é involuntária. Estou tendo problemas homéricos para visitar a todos. Ora é o google reader que trava e não carrega os feeds. Ora é o Firefox que trava e derruba tudo.

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sábado, março 08, 2008

Pela valorização da mulher brasileira - Uma blogagem coletiva


Hoje é dia internacional da mulher. Da mulher guerreira, mãe, filha, trabalhadora. A Lys e a Meiroca convocaram para uma blogagem que abordasse a mulher brasileira. Um assunto delicado. Vivemos em um país que a lei de gerson impera. Todo mundo quer se dar bem. Por conta da perseguição implacável ao "sucexo" somos testemunhas de atitudes bizarras. A disputa para serem as loiras e morenas do Tchan. Modeletes retardadas que buscam, na aparência anoréxica, o sucesso. Estúpidas participantes de BBB's, peladonas nas revistas da vida, e achando o máximo. As cretinas, gostosas e anônimas, que não cobrando por hora, acham que não são putas. As pobres boçais, que mesmo sabendo da exploração e escravidão sexual, acreditam que ser puta na europa é melhor do que ralar no Brasil. As inúmeras alpinistas sociais, e seus golpes do baú internacionais, sendo exemplo de bom comportamento.

Esquecemos das mulheres que trabalham duro, cumprindo dupla jornada. As capazes de realizar feitos incríveis. Essas a mídia não vê, não divulga.

Aplaudo a iniciativa. Só assim as verdadeiras mulheres brasileiras aparecem.


Na terra lutam
suas árduas batalhas,
sem descanso, incansáveis,
e, ferozes, criam
o sustento, a vida.

Trazem o alívio,
mar de lágrimas, saudades
suportam a morte,
sem retorno, silenciosas.

O ar é o suspiro,
as lembranças, o afago,
onde, faceiras, flutuam
nos ventos, libertas.

No fogo forjam
coragem, vitórias.

São unas
amadas guerreiras
únicas, irmãs.

Sem fronteiras.


Minha humilde homenagem aquelas que me visitam, me inspiram e incentivam. Que todo dia seja o Dia Internacional da Mulher.

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sexta-feira, março 07, 2008

A vida entremeada - Drogado

Sexto Capítulo
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Porra, que fissura. Tô fissurado. Larica do caralho. Suor que não seca. Secura. Garganta seca. Que dia é hoje? Dia de pagamento? Payday. ahahahah. Tá olhando o que? Nunca me viu, bruxa velha? Não posso rir não? Cadê a minha grana? Pra quê? Tu sabe pra quê, porra, deixa de ser besta. Não me vem com sermão não. Não tô com saco pra beata. Vai encher aquela vagaba do 208. Larga do meu pé. Me dá a grana logo e cala a boca. Para de falar, caralho. Toma então. Isso, agora vai chorar pro papa, bruxa velha. Quer saber? Vou pra rua. Alô, Quinho? Tá com a parada? Tô com a grana. Vou passar aí. Olha a gostosa. E aí, gatinha? Não vai responder não, vadia? Ih olha o cara dela. Bicho trouxa. Tá olhando o quê? Opa, tá maquinado. Desculpa aí meu. Não, o senhor tá na razão. Desculpa aí.

Vou lá pegar a parada e volto. Vai ver quem é machão. Um tiro. Tô fissurado.

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quinta-feira, março 06, 2008

A vida entremeada - Beata

Quinto Capítulo
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Graças a Deus pai, mais um dia... Pai Nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome, vem a nós o vosso reino... Deus, tenho sido uma mulher boa, esposa e mãe, sei que levar o Amarildo, na flor da idade, foi um teste para minha fé. Criei bem meus filhos, né Deus? Aqueles ingratos, desnaturados... Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu, o pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas... Deus, livre-me dos pecados, senhor Deus, me ajude a agüentar esses infelizes sem alma, sem fé, essa gentinha. Não sei como o Senhor, em sua santa glória, permite que vivam por aqui...Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido... Deus, dai-me forças para não mandar aquela megera do 208 à merda, desculpe Senhor, e aquela zinha do 101, aquilo é uma sirigaita, rampeira, não entendo por que o diabo não a leva para o inferno, desculpe, tenha piedade desta pobre velha. Prometo que vou falar com o padre João, preciso me confessar...Não nos deixei cair em tentação, mas livrai-nos do mal.... O que será que aquele sujeito ali está fazendo? Ah, o cacho daquela rampeira, tão bem-apanhado... Olha ela ali. Exibida. Não merece ele. Piranha, isso que ela é.

Um tiro! Ai, Deus, um tiro. O Senhor escutou minhas preces. Amém.



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O décimo-primeiro episódio da saga intergaláctica está no ar. Leiam AQUI.

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quarta-feira, março 05, 2008

Exéquias e um lamento.


Seguem pesarosos, os passantes,
em marcha fúnebre,
o féretro, o morto,
funesto enterro.

A cova, cavada funda,
encerra a alma, enterrada,
à unha, pele, ossos,
traça seu caminho,
para o outro lado.

Flores coroam o mausoléu,
lágrimas vis evaporam,
no bafejo morno do ataúde.

Era sua hora, acertada,
em nem um minuto,
prorrogada.


Morreu, dia 1ª de março, a Jéssica, do blog Lugar Gostoso. Uma pessoa ímpar, generosa e extremamente energizada. Lutou com uma bravura incrível contra um câncer destruidor. Eu tinha um carinho especial por ela, uma das primeiras blogueiras que conheci. Quando escrevi esse texto tinha um motivo, no íntimo eu sabia, mas não queria acreditar. Tenho certeza que ela foi muito bem acolhida.

(originalmente publiquei no dia 03/03)

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terça-feira, março 04, 2008

Só, caminho II


Assombrado, pelo reflexo,
vejo as rugas, a face marcada,
cicatrizes de lutas perdidas.

Na vereda, cercas-vivas,
de folhas mortas,
que amortecem o pesar
do pesado passo.

Outros tempos, outro mundo,
alcançado pela tempestade,
vomito as lembranças,
leva, a água, as saudades.

Só, permaneço,
de alma lavada.


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O escritor e poeta Rodrigo Capella vai lançar o seu quinto livro, chamado “Rir ou Chorar” (Imprensa Oficial; R$ 15,00; 256 pag), na Feira do Livro de Florianópolis, dia 03 de maio, ás 15 horas. A obra, que faz parte da Coleção Aplauso, comandada por Rubens Ewald Filho, desvenda os bastidores do cinema brasileiro e apresenta a biografia do cineasta Ricardo Pinto e Silva, que já trabalhou em mais de vinte filmes ao lado de importantes atores e cineastas brasileiros.

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segunda-feira, março 03, 2008

A vida entremeada - Porteiro

Quarto Capítulo
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“Bom dia, senhora, como vai?”. Por que aquela bruxa tinha que ser a primeira a aparecer? Mas também, trabalha lá onde Judas perdeu as botas. Bruxa, sempre com aquela cara, de quem sente cheiro de bosta. Anda de ônibus e metida à grã-fina. O marido é um babaca, aposto que é corno. Bom, cada um carrega o chifre que merece. Deus me perdoe. É, tenho que deixar de lado esses pensamentos e seguir o que o pastor manda. E assim começa mais um dia. Aleluia. Vou logo lá tirar o lixo antes que o caralho daquele síndico apareça. Jesus, esse dia não acaba nunca? Tempinho de merda esse. Quase na hora! A moradora do 101 não deve demorar hoje. Tenho que entregar logo essa encomenda pra ela. Ah, olha ela aí, a gostosa. Cheia de homem babando. Mas também, com aquele rabo até eu peco. Pronto, ganhei meu sorriso. Louvado seja Deus, aleluia. Olha ali o namorado. O que está fazendo ali? Nunca fui com a cara dele, cara de louco. Bom, não é da minha conta. Vou logo embora antes que o babaca do síndico me arrume hora-extra.

Um tiro! Jesus, mataram, mataram a gostosa do 101.

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sábado, março 01, 2008

Novas Letras

Eu tentei manter o Cor da Letra neutro, no quesito template. Mas resolvi mudar. Com a ajuda da Claudya aqui está o novo template. Tem muito a ver comigo. Divirtam-se.

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Coletânea Artesanal

Hoje estou AQUI. Colete-me lá você também.

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O Cadinho Roco lançou suas camisetas personalizadas iradas. Maiores informações AQUI.

A Taís Morais, juntamente com Eumano Silva, tem um livro na praça. "Operação Araguaia - Os arquivos secretos da Guerrilha", Ganhador do prêmio Jabuti de melhor livro-reportagem. Por R$ 39,90 no site da geracaobooks.com.br

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sexta-feira, fevereiro 29, 2008

A vida entremeada

Todos sabem que tenho uma mini-novela em andamento. Havia dado um tempo. Hoje publico, novamente, os 3 primeiros capítulos. Vou dar uma geral nos próximos e re-publicar aqui. Divirtam-se

Primeiro Capítulo - Louco
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Observava, na esquina escura daquele beco fedorento. A fumaça do cigarro irrita meus olhos. Mas não perco de vista a janela. Não uma janela qualquer, a janela dela. Pensava nos últimos dias. Em como eu, cafajeste, havia caído tanto. Me sentia sem chão. Meu mundo todo revirado. Por causa dela. Todas as minhas angústias e medos surgiram. Como um furacão, varrendo para longe toda e qualquer esperança de proteção. Seu perfume, o cheiro que exalava depois do banho, suas curvas, aquele olhar safado e ao mesmo tempo terno. Suas doces palavras de carinho. As horas ao meu lado. Sua mão me amparando quando caía na sarjeta, embriagado. Sangrava por ela. Pela mulher-amante que tinha esbarrado sem querer. “Mas que merda!”, exclamei mentalmente. Onde estariam meus brios de macho comedor? Como iria encarar a roda do bar. Onde conto minhas conquistas, cada detalhe sórdido, das trepadas que dava. Onde bebo com prazer os olhares invejosos dos meus amigos. Onde tantas vezes enchi a cara para esquecer, dela. A janela escura não dava o menor sinal de esperança. Esperança de quê, porra? De ter uma vidinha mais ou menos, da infernal rotina do casamento? Do papai-e-mamãe regulamentar, que tantas vezes ouvira os otários casados reclamarem? Que se foda. Eu quero esta merda. Casaria com prazer, com ela. Por que não disse antes? Sou uma besta. Agora estou aqui, numa esquina fétida, angustiado, cercado por amarguras, desesperançado. Onde estará ela? No mínimo trepando com outro otário, que se deixou levar pelo canto de sereia. Vagabunda. Meus chifres crescem. Cadê a maldita garrafa? Aqui, aqui, ah, minha companheira, que tanto me consolou. Que presenciou minhas conquistas fugazes. Apoiou nas horas incertas e inúteis. Dê-me um gole. Um não, vários. Preciso de lucidez, coragem. Vislumbro um vulto. Há luz agora. É ela, minha amada. Não, a piranha que me sugou a alma. Apago o cigarro, o último. Dou meus passos. Dou-lhe um tiro.

Vagabunda.

Segundo Capítulo - Escritor
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Depois de horas, olhando aquela resma de papel, me dei por vencido. Meus dedos travaram, minha boca secara. A mente se transformara em um campo estéril, sem vida. Minhas idéias se diluíram no mar de álcool consumido. Olhei o fundo do copo. Nenhuma gota, nada. A inspiração não deu sua cara, debochada. Ficou, talvez, perdida em meio à fumaça, dos muitos cigarros que fumara. O silencio era quebrado pelo bater ritmado do relógio de parede. A penumbra sufocante daquele quarto não me dava trégua, insuportável. Angustiado resolvo sair. Pela janela observara o movimento sutil da cidade. Talvez ali encontrasse essa musa desgraçada que atira, sem piedade, seu escárnio em meu rosto. Um vento frio me envolve. Uma bofetada. Encolho-me. Caminho pelas ruas já escuras. Ouço o som dos carros, das risadas bêbadas de algum bar próximo. Meus passos são absorvidos pelo pulsar do coração pétreo que sustenta a cidade. Pedras, pedras. Desvio para o beco mais próximo. Talvez ali, em meio ao fétido cheiro de lixo apodrecido, encontre-a. Musa, vagabunda. Flertando com outro, como uma rameira. Talvez na próxima esquina. Atento, ouço passos. Um tiro. O grito amargurado transborda da janela semi-aberta.

Encontro, enfim, a inspiração.

Terceiro Capítulo - Megera
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Cidade miserável essa, 3 horas para chegar em casa, bosta de subúrbio. E isso de acordar às 5 da manhã? Não é para uma cristã como eu. Bem feito, sua burra. Bem que minha mãe dizia que era para ter casado com o Ernani, o que virou supervisor do supermercado. Esse zinho aqui é um cretino, um merda mesmo. Sem ambição. Um coitado. Fica o dia todo largado por aí, deve estar no bar agora, o desgraçado, bebendo com aqueles amigos chinfrins. Ainda bem que não tem futebol. Mas a Inês é morta, como dizia meu pai. O que é pior é o ônibus. Ficar espremida em pé é coisa de pobre. Aquela esfregação é coisa do demônio. E aquele cheiro de bodum, meu Deus. Ah se soubessem que gosto mesmo é de um homem perfumado, e ainda quando é bem servido. Que nem o namorado dessa vaca do lado. Bem apanhado, educado, respeitador. E a putinha ainda por cima esnoba com ele. Não sei o que ela viu naquele outro, o que tem cara de tuberculoso. Isso ainda vai acabar mal. Eu que não vou fazer fofoca. Se bem que se o bonitão largasse dela eu podia me aproveitar. Já vi como ele olha pra mim, guloso. Guloso e safado, o homem. Ai meu Deus, tenho que ir a igreja. Já tem uma semana que não me confesso. E essa quentura aqui no meio das minhas pernas não é normal. O inútil não preparou nada pra janta. De novo. Vou me virar com o que tem. Estou tão cansada. Bosta de vidinha ridícula. Bosta, bosta, mil vezes bosta. E a vaca da vizinha no bem-bom. Deve estar trepando por aí, a meretriz. Olha ela aí chegando toda faceira, que inveja. Ai meu Deus, um tiro.

Deu cabo dela o corno. Bem feito, rameira.

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quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Ciclo

João plantou o pasto, onde as vacas ruminaram até que, de suas tetas, saiu o leite, transformado em nata, que o matou, em 10 anos. Virou adubo.

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Mais um teste de letras.

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terça-feira, fevereiro 26, 2008

Queda

Caminhava célere, a urgência o chicoteava. Quase cego pelo desespero, um tropeço, precipício abaixo.

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National Kid e as ninfas de urânus

os que acompanham a saga intergaláctica, tem capítulo novo no "A Casseta do Cabral". Leiam AQUI.

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sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Só, caminho


Entre tantas memórias
teimosas
a tua é que ficou,
caminho por estradas bifurcadas,
cercado pelos bambuzais,
o som melancólico,
da árida brisa.

O caminho, sem fim,
sem pouso tranquilo,
o faço
amparado por bengalas,
esperança e saudade.

Mas só resta a dor perene do fardo,
que nos ombros lanhados,
queima,
não cicatriza.

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quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Procura-se


Que busca é essa,
incessante, insana,
pela musa perfeita,
a intocável santa oferecida?

Procuro as imperfeitas,
as putas sofridas, as loucas, sujas,
as bêbadas do cabaré,
estas sim, eternas,
no frio mármore,
talhadas,
na tela alva e crua,
ungidas,
em versos, de tristes letras,
declamadas.

Onde estarão elas?


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Está no ar o nono episódio da saga inter-galáctica "National Kid e as ninfas de Urânus". Não percam!! Leiam AQUI, no A Casseta do Cabral.

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quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Fuga


Reviro os armários,
de lembranças caóticas,
não divido os fardos,
do imaginário ser irreal,
que vejo refletido na janela.

A estação me espera,
não de flores ou folhas descaídas,
a da partida, a fuga escolhida.

Fiz as malas,
as lembranças, agora,
ordenadas.


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A verdadeira face da minha irmã siamesa, vejam AQUI.

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segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Amargor


Amargo travo,
do sentir deglutido,
resseca a língua áspera,
afiada faca, amarrada.

O pesado fardo,
da farda mimética,
em ombros lanhados carrego,
mimetizados sentires.

Sou dor, pavor, desespero,
dono de vazio coração,
que me cala, me trava a língua,
amargo.

Descubra-me.

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sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Esperas

Hoje estou AQUI. Te espero lá.

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quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Contra a pedofilia, em defesa da inocência - Blogagem coletiva


Hoje tem blogagem coletiva promovida pela Luma, do blog Luz de Luma. É sobre pedofilia, um tema forte e que a única coisa, que me vem à cabeça para publicar, são as punições que considero adequadas para os filhos da puta que a praticam. Como essas abaixo.




Mas na verdade eles deveriam fazer um favor à humanidade e se matarem. Minha sugestão:


Se não sabem fazer o nó de forca aprendam AQUI e AQUI.

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Divulgando

Tem um novo capítulo da saga intergaláctica "National Kid e as ninfas de Urânus". Prestigiem lendo AQUI.

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terça-feira, fevereiro 12, 2008

Apóstolo


Meu andar bamboleante
de bêbado errante
cruza a fronteira
entre o divino e o profano.

Abençôo igual,
democrático,
beatas e putas,
o padre e o cafetão.

O círculo se fecha,
coroa de espinhos,
mesa posta, cálice, o pão
traio-me por minguados
trocados.


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Participe do concurso literário de peças de ficção "Faça você mesmo o código de ética do PT". Maiores informações AQUI.

Divulgando: O excelente Marcos Pontes, do blog Esculacho e Simpatia, informa que ainda tem os últimos exemplares de seu livro para venda. Maiores informações no email pontes.mr@gmail.com.

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segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Nasce um novo "mago"

Depois de uma áruda seleção apresentamos o "mago" Ychronus Lerdaes, conhecido no mundo esotérico como "o mago" Ykhro (pronuncia-se: icro).


De linhagem consanguinea escandinava, é filho de um rico casal de professores, especialistas em Arqueologia Comparada, que despertaram desde cedo no "mago" Ykhro o gosto pelas viagens intercontinentais e o ajudaram a entender sua vocação para trilhar o Esoterismo Oportunista do "mago" Heitor Caolho. Ao viajar com os pais em cruzeiros marítimos ou singrando os oceanos em modernas embarcações turísticas, conheceu e hoje domina a lingua portuguesa - sua preferida para a comunicação escrita, por considerá-la gramaticalmente a mais rica . Todavia, somente quando se associou ao gigantesco truste da Hector Hereeye Foundation passou a chamar a atenção de editores brasileiros para suas obras já publicadas em lingua inglesa.

Conquistou o grau de PhD em Psicologia Holística pela Oceanic Tantrism College University, em uma das famosas Ilhas Feroe.

Sua mais conhecida obra literária é o livro bestseller na Ásia "The Uterus Immersion by Mind", que está para ser lançado no Brasil com o título: "A Psicologia Gestacional Holística - O Segredo e a Técnica do Pensar Antes".

Algumas de suas ministrações de treinamentos são feitas no Brasil por um aluno de suas técnicas mais avançadas que, ao ser submetido aos mesmos testes de resistência e pressões psicológicas aplicados pela NASA para escolher seus astronautas, ficou conhecido como "Lerdo em Surtar".

O Lerdo em Surtar foi escolhido o porta-voz do "mago" Ykhro na função de presidente da Hector Hereeye Foundation para a América Latina, justamente pelos seus atributos intelectuais multiqualificados no seu histórico: PHD em Finanças Públicas, grau conquistado em Londres; Mestrado em História da Religião e Pós-graduação em Filosofia. Some-se a isso o seu fluente domínio da lingua inglesa, além de atuar como tradutor de Espanhol instrumental.

Quanto ao "mago" Ykhro, o seu porta-voz Lerdo em Surtar recorda que entre os relatos mais populares de seus feitos - que o levaram a se tornar uma lenda dentro e fora do Esoterismo -, está a cura mental de um paciente acometido de uma doença rara chamada Tetrapressismo Crônico e que, no momento da cura instantânea, limitou-se apenas a ouvir uma de suas palestras em meio a uma platéia de mais de seiscentos espectadores.

Algumas das técnicas usadas pelo "mago" Ykhro em seus seminários e cursos de combate à milenar doença nervosa conhecida internacionalmente como "stress" acabaram sendo deturpadas, a exemplo do nome de seu famoso exercício para harmonização de casais conhecido como A Postura da Despressurização Anímica que ao ser ensinado por falsos mestres ficou conhecido como "Posição do Relaxa e Goza".

O "mago" Ykhro já recusou convites de políticos para fazer previsões quanto às carreiras deles e sobre o futuro de seus partidos, respondendo-lhes sempre que somente há um oráculo confiável entre os seres humanos para uma tarefa tão ligada ao Divino Nirvânico - e logo deixa claro que ele se refere ao grande Heitor Caolho.

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sábado, fevereiro 09, 2008

Aviso aos amigos blogueiros e navegantes


Estão nascendo mais duas crias do mundo blogueiro!

Quem estiver interessado em adquiri-las, faça desde já a reserva pelo e-mail:

lobamulher@uol.com.br

Preço de cada livro, já com postagem para dentro do país: R$ 20,00

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A Hector Hereeye Foundation procura profissionais, de ambos os sexos, com larga experiência, para ocupar cargos de confiança e responsabilidade. A Hector Hereeye Foundation vem apresentado crescimento sustentado, atuando em um dos mercados mais competitivos e dinâmicos do mundo, o do esoterismo oportunista. Possuindo filiais em todos os rincões da humanidade, o profissional escolhido irá comandar uma das regionais da Hector Hereeye Foundation.

A organização sem fins lucrativos oferece:

Excelente ambiente de trabalho;
Mercado desafiador;
Remuneração compatível;
Benefícios como: carro, chateau e jato particular para deslocamentos;
Participação nos resultados.

A Hector Hereeye Foundation exige:

PHD em Finanças Públicas e Internacional;
Mestrado em História da Religião;
Pós-graduação em Filosofia;
Pós-graduação em Tântrismo Dialético;
Inglês fluente, desejável também: Francês e/ou Espanhol;
Disponibilidade para viagens.

Aos interessados enviar CV com foto para heitorcaolho@gmail.com.

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quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Meu querer

Não, não quero ir para Pasárgada. Nem quero ser amigo do rei. Quero é ir para o puteiro, onde não quero favores. Não escolherei mulheres. As putas que me amem pelos poucos trocados que trago no bolso. Qualquer uma. As altas, as baixas, gordas ou magras, as falsa pudicas, as devassas. Quero cantar sobre a mesa, minhas canções indecentes. Declamar palavras sujas. Dançar lascivo no meio do salão. Não quero os aplausos. Não os mereço. Apenas me amem.

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Estou de ótimo humor e respondi a um meme, isso merece uma visita. Leiam AQUI.

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domingo, fevereiro 03, 2008

Com-partilha


Por um dia,
serei rei,
e do trono,
monarca sábio,
serei justo.

Neste dia,
meus ouvidos abertos,
acolherão os lamentos,
as súplicas.

Teu pedido será ordem,
a coroa será tua,
teus passos, os meus.

Seremos unos na fé,
na batalha, na dor.

Por um dia.


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Está no ar o sexto capítulo da saga inter-galáctica "National Kid e as ninfas de Urânus". Prestigiem lendo AQUI.

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sexta-feira, fevereiro 01, 2008


natural é a morte,
sobrenatural é a perda.

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quarta-feira, janeiro 30, 2008

Passante


Não gosto de funerais,
dos soluços incontidos,
o desespero fútil.

Admiro as camas,
do putrefato descanso,
eterno,
único berço,
carcomido, esplêndido.

O descanso eterno,
eterna amnésia,
não lembrarei mais de ti.

Revolvo-me, mudo, pelo portão,
imerso na paisagem,
da cidade muda.


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E hoje tem estória nova lá no blog do simpático Juarez, o Cabrito Montês. Leiam AQUI.

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domingo, janeiro 27, 2008

Raízes


Seres simbióticos,
parasitas,
submetem, as secas gretas,
à sua força.

Árida terra,
esgotada, vencida
nutre seu algoz,
a árvore.


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Já está no ar o quinto capítulo da saga intergaláctica "National Kid e as ninfas de Urânus". Prestigiem. Leiam AQUI.

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sexta-feira, janeiro 25, 2008

Sobre selos e memes

Começo o ano na minha cruzada contra os malditos memes e os canhestros selos, distribuídos como balas pela blogosfera. O meu amigo Sobesta criou dois selos irados que compartilho com quem quiser:


Selo "Sensível pra caralho": Todos temos blogs porque gostamos de escrever (ehehehe essa abertura é impagável). A sensibilidade de cada um é uma questão pessoal e intransferível. Todos nós, seres humanos, sabemos onde dói o fiofó. Para aqueles que não suportariam algo maior que um dedo foi criado esse selo delicado e meigo. Indique 5 amigos e amigas para levar o dedo, digo o selo.


Selo "Sapo cururu": Todos nós temos blogs porque gostamos de escrever. A visitação íntima e recíproca torna mais humano esse maravilhoso mundo virtual. Dedique esse selo aquele neófito que te visita e deixa comentários nada a ver como "Lindo", "Gostei", "Parabéns pelo texto" ou "propagandas de outros blogs". Ou tudo isso junto. Indique todos que quiser. Arroz de festa já é ruim, mas sapo de boca grande é foda.

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E hoje é um dia muito especial na blogosfera. Há exatamente um ano atrás o grande mago Heitor Caolho, a quem tenho a honra de ser psicógrafo, resolveu arrumar um tempo, em sua pregação oportunista, e começou a dedicar-se a levar, gratuitamente, seus ensinamentos ao mundo virtual. Vida longa ao esoterismo oportunista e ao tantrismo dialético. Namastê.

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