segunda-feira, agosto 27, 2007

Olhares


Marchem aflitos,
um único bloco, de corpos
sintam o peso do açoite, grilhões
na rítmica e acelerada marcha
de escravizados olhares.

Em cada um
esperanças vãs
anseios frustrados
intensos lampejos apagados
angustiantes visões.

Vejam, refletidos,
em cada espelho
seus infortúnios
mirem-se nas derrotas alheias
mostrem-se incapazes, implorem,
em mudos pensares
uma reação.

Revoltem-se olhos doces, de puro mel,
assaltem as costas
em tempestuosas ondas, verde olhar
lampejem, olhos, em raios azuis,
tornem-se negros.

Despejem sua ira,
ódio implacável,
subvertam-se, lutem
e, em chamas inclementes
das profundas íris,
teus malditos algozes,
queimem.


À todos os olhares que passeiam em minhas letras.

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