segunda-feira, outubro 29, 2007

Contagem

Hoje não irei falar do suave perfume das flores. Ou das nuances surrealistas do pôr-do-sol de um outono qualquer. Vou falar dos espinhos. Da queda das folhas mortas de árvores retorcidas. Quero tecer loas ao intraduzível martírio das criaturas. Uma criatura. Somos desenganados ao nascer. Subtraímo-nos aos pedaços, na contagem regressiva. Vamos, às vezes céleres, às vezes rastejantes, ao encontro da luz no fim do túnel. Mas novamente tergiversei-o. Assunto dolorido esse. A anunciada morte. Mesmo assim ainda repulsa-me a idéia do martírio. Não deveríamos sofrer. Não há dignidade. Nenhuma. Não deveríamos caminhar por uma via sacra para cumprir nosso destino. Prefiro o súbito sumir. Num instante quedar fulminado. Olho, impotente. O caminhar de uma criatura. Um doce ser humano. Observo sua luta insana pela vida. E sei de que nada adianta. Cruel é a esperança. É acreditar. O futuro acabou-se. Finito.

Fim.

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Aos sábados, escreverei um texto inédito no blog Livro Aberto. Prestigiem. Participo também do Coletânea Artesanal. São muitos trabalhos fantásticos. Recomendo a visita.

Leiam o blog Pseudo-Poemas e o que publico no Cantábile. Em ambos estão os textos proibidos pela Bíblia e pelo Vaticano.

E agora no Memórias Póstumas de um Puto Prestimoso.


No dia 11/12 convoco a todos para uma blogagem coletiva sobre o tema. Maiores informações aqui. Divulguem e participem.

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