Cego
Aos tropeços, cego, tateei ao longo do muro. Áspero era o toque, árdua a caminhada. Mesmo assim não desisti. A cada passo, um aroma. Nem sempre agradável. Esgotos exalavam sua carga putrefata. Só podia rezar para não patinhar na decomposição. Precisava encontrar o umbral, o limbo que libertaria meu corpo, a entrada para a paradisíaca utopia. E continuava tateando. Minhas esperanças minguavam a cada minuto. Longo era o muro, repetidos os aromas. Encontrei, surpreso, minha bengala. O ciclo se fechara. Morreu, enfim, por último, a esperança.
5 leram:
Que texto lindo - profundo, poético e triste...
e plagiando o Herbert Vianna...
Há (sempre) uma luz no túnel Dos desesperados.
Há (sempre) um cais de porto
pra quem precisa chegar
e eu estou na lanterna dos afogados e estou te esperando,
vê se não vai demorar...
afinal amigas são para isso...para acolher e servir de bengala a quem se quer bem.
Adorei sua prosa poética - Poeta!
e a Esperança não morreu... a encontrei agorinha mesmo...bem ali.
Olá Rayol!Há quanto tempo não venho aqui!
A descrição é o máximo! Estamos sempre morrendo um pouco a cada dia.
Triste e real!
Beijo!
Acabei de achar mais uma esperança...
Sabe de uma coisa, estou bem mais interessada neste A Cor da Letra.
Gosto muito de poesia, minha poetisa predileta: Cecília Meireles, livro de cabeceira...
Sua escrita é interessante.
Atrativa.
td bem contigo?
Td maravilhoso por aqui.
Abraços carinhosos.
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