(In)rosas
Rosas pétreas
Rosadas, impregnadas
Cheiro fétido, derramado
Esvai odor
Em justa estação
Sentidos diversos
Envolvem-se
Em folhas putrefatas
Visões passadas
Gostos presentes
Ouço futuros
Ardor em reminiscências
Aspiro suspiros
Em compasso caminho
Entre árvores
Desfiguradas, desnudas
Penso
Em rosas pétreas
Esmagadas.
(Uma réplica a um poema do "Noites de Mel" desconheço a autoria da imagem. Aproveito para divulgar que tem post novo do esotérico Heitor Caolho)
12 leram:
Ricardo na versão poeta...hum, Meus Parabéns! Muito bom heim? Lindos os seus poemas, de verdade!
Com certeza valeu a pena conhecer mais esse blog...Se der ainda hoje visito os outros tá?
Bjão carinhoso, Crisssssss...
huuummm ... achei um pouco mórbido.
Bonito mas mórbido.
Isso é muito triste. prefiro você mais ardente, sonhador , ...
"Aspiros suspiros, em compasso caminho"....que linda frase poetica, meu amigo Rick!
Um beijo carinhoso
MARY
Essa poesia reflete sentimentos sombrios, angustiantes, dias nenulosos, dificuldades...
Gostei.
Beijos de Lua.
Estou aqui, a reler este poema, amigo e desejo de novo "entrelaçar" as tuas palavras ... desculpa. Sabes que é uma espécie de alimento de alma, viajar dentro das consoantes e vogais ...
Oiço neste momento T. from Vienne Woods (1868) - Johann Strauss (Valsa)...
***
Rosas pétreas, Rosadas,
Fantasiam em espumas, aulidos
os sentidos feridos.
As ruas, plantadas de agigantados álamos,
impregnadas, emergem no sarro num
Cheiro fétido, derramado.
Que a noite, se esvai odor….
Em justa estação, d’onda a força -rebentação
Sentidos diversos, implodem – poemas, rimas, versos.
Envolvem-se, adjectivos apostos aos verbos…
Num rebusco de imagens iniciais.
Em folhas putrefactas, no renascer das horas
Visões passadas projectam as imagens inseguras
De amantes nas madrugadas …
Gostos presentes, ainda incipientes…
Ouço futuros, são os passos compassados
De uma Valsa.
Ardor em reminiscências, no fulgor
Das notas e no rebusco de sapiências.
Aspiro suspiros, deslizo em rios de sal,
No inóspito e gélido desenho do destino.
Em (des)compasso caminho, enrosco-me nas sombras
Entre árvores. Alcantiladas, solto as palavras…
Verborreia – nas cores de prata da Lua Cheia.
Desfiguradas, desnudas, têm o travo agridoce
da fruta-pão. Vestem-se do pó, poeira do chão.
Penso, suspenso no varal do Tempo,
em rosas pétreas, botões de carne e sal:
As Rosas, Filhas de Portugal …
Esmagadas. Suplantadas ...
Um abraço,
Mel
PS: Hj deixo-te o link da minha Maresia
www.maresiademel.blogs.sapo.pt
(como sou "compulsiva" ... escrevo em vários blogs...)
Linda poesia!
Um bocadinho sombrio, mas lindo mesmo, tal como tu sabes!
Suspira quem te visita!
Beijinhos
Aspiro suspiros...que bom é aspirar e suspirar...
Beijo
FF
Ricardo
Como a foto o poema é sombrio e triste, sem cor, mas absurdamente lindo!
Me vi caminhando por entre aquelas arvores, naquele caminho escuro, alguns raios tímidos de luz entrando, e pelo chão flores mortas, espalhadas, pisadas ...
Um cheiro de fim.
O Acaso e Cláudia me trouxeram aqui.
Belíssimo, teu poema de hoje!
Abraços, flores, estrelas...
Rosas pétreas ... que imagem forte e mórbida. Deu uma tristeza ...
;-)
bjs!
Ricardo, li um poema que fala de uma rosa sangrando no asfalto.
Ese seu, com essas mórbidas imagens me faz lembrar de dores tão imensas que são impossíveis até de se lembrar.
É contundente e belo!
beijos
Ricardo,
Como sempre a densidade é uma constante em seus poemas.
A imagem conjugada a sua poesia é de um lirismo ímpar.
Beijos.
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